30/09/10

Clube da tanga ou da ganga?

Isto não é piada, é mais uma pérola humuristica da lagartagem!

Funcionários e colaboradores do clube de Alvalade têm novas regras de indumentária para cumprir. De forma a «reflectir os valores do Grupo Sporting», a directiva interna divulgada proíbe a utilização de calças de ganga por parte dos funcionários do clube.
De acordo com o Record, para além da proibição de usar calças de ganga sempre que estejam em representação do clube, aos funcionários e colaboradores sportinguistas é desaconselhado o uso de calções, bermudas, ténis e chinelos.
No mesmo âmbito, os responsáveis leoninos consideram, ainda, ser de evitar «a exposição de piercings e tatuagens».
Não se sabe se a ordem veio do Costinha, um exemplo do "bom vestir" no Sporting. A equipa pode jogar mal, os adeptos assobiam, o clube está na mó de baixo, mas desde que andem bem vestidos...a lagartagem fica feliz! É preferivel andar bem vestido (?) do que ganhar jogos, este parece ser o futuro lema desta malta.
Está em marcha a transformação de um clube de futebol numa agência de modelos! A Fátima Lopes que se cuide.

De forma a poder ajudar os lagartos nesta fase de mudança deixo algumas ideias


29/09/10

Schalke 2 Benfica 0

Benfica não soube matar e morreu no final
Stop. O período de recuperação que o Benfica vinha encetando foi travado na Alemanha. Num país onde as águias nunca venceram, um amargo regresso às derrotas (2-0), num jogo em que, em abono da verdade, os encarnados pouco fizeram para evitar afundar. Quinta derrota da época, a primeira na Liga dos Campeões. Segue-se o duplo confronto com um Lyon, 100 por cento vitorioso. Tarefa árdua para os campeões nacionais.
Não interessa como começa, interessa como acaba. Para o Benfica, a fórmula assentou bem em Gelsenkirchen, pois o emblema da Luz não conseguiu estender pelos primeiros 45 minutos a entrada mandona em campo. O primeiro quarto-de-hora foi claramente dominado pelo Benfica, mas foi sol de pouca dura. Aos poucos, o Schalke 04 equilibrou a contenda e dispôs, mesmo, da melhor ocasião da primeira metade. Raúl fez uso de toda a sua experiência numa combinação perfeita com Jurado. Depois de receber na área o antigo avançado do Real Madrid atirou ao poste. Na recarga brilhou...Roberto! Tantas vezes criticado, o espanhol confirmou a subida recente de rendimento com uma espantosa intervenção, a remate de Rakitic.
Os alemães nunca praticaram um futebol vistoso, longe disso. Chegou a dar a impressão que apenas faziam o que o Benfica deixava, mas, a verdade, é que ainda conseguiram assustar. Tenrinho a defender, o Schalke era competente no contra-ataque e os sectores das águias desligaram-se. Javi García não conseguia fechar ao meio e Jurado, um dos melhores em campo, ia tentando causar estragos. Faltou-lhe acompanhamento, numa primeira instância.
Na segunda metade o jogo decresceu de qualidade, sobretudo pela inoperância encarnada. Os alemães tiveram sempre mais posse de bola e o Benfica continuou com dificuldade em ligar os sectores, o que lhe custou muitas saídas para o ataque. A troca de Gaitán por Salvio, ao intervalo, ainda deu ilusão de vir agitar as águas, mas, uma vez mais, não seria para durar. O argentino acabou por beber da pouca inspiração dos companheiros e, de espasmo em espasmo, foi desaparecendo.
Sentia-se que a balança poderia pender para qualquer um dos lados. Jogava-se mal, com vários passes errados, ninguém parecia disposto a arriscar para vencer e o Schalke fez uso da ligeira superioridade que detinha para conquistar os três pontos. Num lance em que a bola cruzou a área encarnada duas vezes, Farfán, o melhor em campo, atirou a contar.
As mexidas de Jesus (uma delas por lesão de Cardozo) acabaram por não resultar e os fogachos conseguidos após o golo sofrido apenas serviram para assustar o debilitado conjunto alemão. Salvio esgotou-se em dez minutos, Kardec poucas vezes tocou na bola e só Aimar ainda tentou dar um ar da sua graça. Nada que fosse suficiente para alterar o rumo dos acontecimentos.
O tempo que restava apenas serviu para confirmar o triunfo dos alemães. Desatenção fatal de David Luiz, que Raúl e Huntelaar, com Jones pelo meio, trataram de punir. O avançado que Jesus desejou dava a machadada final no Benfica em Gelsenkirchen.
O Benfica volta a perder nesta temporada e continua sem ganhar na Alemanha. O Schalke 04 venceu pela primeira vez, em casa, esta temporada. A recuperação que as águias vinham encetando foi travada em terras bávaras. Um dado a confirmar na recepção ao Sp. Braga, onde se espera para ver, novamente, a capacidade de resposta dos pupilos de Jesus.
Mais Futebol
                    
Jorge Jesus considera que foi a experiência dos jogadores do Schalke 04 a fazer a diferença no jogo desta quarta-feira, em Gelsenkirchen. E argumenta que a exibição do Benfica justificava um melhor resultado.
"Defrontámos uma excelente equipa, com jogadores experientes, que estão sempre à espera de um erro do adversário. E foi isso que aconteceu", disse o treinador do Benfica, na entrevista rápida à Sport TV, logo após a derrota por 2-0.
Jesus destacou a prestação da equipa e referiu que "ao intervalo, a equipa sentiu que podia ganhar". "Entrámos para a segunda parte decididos a ter mais bola na zona de decisão. A saída do Oscar [Cardozo] tirou-nos alguma profundidade, porque era um elementos que já estava com ritmo de jogo, mas podíamos ter pontuado", acrescentou.
"Se pontuássemos hoje, teríamos ficado em posição de vantagem. Assim, continuo a defender que há dois lugares para três equipas", disse ainda o técnico das águias.

28/09/10

Coentrão renova até 2016

Fábio Coentrão está um jogador muito diferente em relação há alguns anos. Elemento preponderante no Benfica, o esquerdino viu o seu trabalho reconhecido com a renovação do contrato (até 2016), com salário aumentando. Mas o que mudou, então, em Coentrão?
"Antes, só pensava com os pés. Mas, felizmente, tive pessoas à minha volta que me explicaram as coisas. Mudei e hoje penso com tudo, com os pés e com a cabeça. Faltava-me isso para ser um jogador de futebol e, atualmente, posso dizer que sou um jogador de futebol", referiu Coentrão, esta terça-feira, na conferência de imprensa de antevisão do jogo da Champions, frente ao Schalke 04.
Feliz por ter prolongado o vínculo com o Benfica, Coentrão garante, porém, que "não é por ter renovado que a motivação aumentou". "O Benfica reconheceu o meu trabalho, mas a minha motivação foi sempre a mesma", acrescentou.
Sobre o jogo de amanhã, na Alemanha, o lateral/extremo esquerdo não tem dúvidas de que o Benfica vai ganhar. "É claro que sim, estou confiante. Vai ser um jogo complicado, mas estamos a atravessar um momento melhor, tenho confiança na equipa e o Benfica joga sempre para vencer."

Maritimo 0 Benfica 1

O Benfica venceu e com justiça, diga-se. Foi a equipa que mais oportunidades criou e que foi desperdiçando, com Saviola e Cardozo em destaque nesse aspecto. Mas Coentrão resolveu a questão e manteve viva a chama das vitórias e esta até foi a primeira fora de portas na presente temporada. O Marítimo continua sem vencer e deu a réplica possível. Pedro Martins ainda tem muito trabalho pela frente.
O Benfica surgiu nos Barreiros disposto a mostrar que a vitória frente ao Sporting não foi obra do acaso. Sem Aimar, Jorge Jesus apostou em Gaitán para o lado direito e colocou Carlos Martins a «maestro», voltando a jogar com a dupla César Peixoto e Fábio Coentrão no lado esquerdo. E esta dupla deu que fazer à defesa madeirense, porque Marquinho não ajudava em nada Ricardo Esteves em termos defensivos, nem criava perigo em termos de ataque.
Pedro Martins apostou num 4x2x3x1, com Baba na frente de ataque, leu bem este problema e lançou Tchô para o meio e desviou Danilo Dias para o lado direito, aos 38 minutos, equilibrando a contenda que até então tinha sido dominada por completo pelos lisboetas.
Foram sempre os encarnados a dominar durante a primeira metade, mas pecando sempre em termos de finalização. Gaitán rematou com muito perigo aos 12 minutos. Quatro minutos depois, após um falhanço de Marcelo, Javi Garcia cabeceia bem mas vê Danilo Dias salvar sobre a linha de baliza.

Saviola desperdiça
O encontro só tinha um sentido, de nada valendo o irrequietismo de Danilo Dias, que bem tentava empolgar a sua equipa para caminhos mais próximos da baliza de Roberto.
Gaitán dava nas vistas e estava em grande nas assistências. Ao minuto 26, após um bom trabalho, isola Saviola mas este remata para defesa de Marcelo para canto. Três minutos depois, de novo Gaitan a assistir Saviola, mas este remata para nova defesa de Marcelo.
Aos 34 minutos João Capela manda jogar, num lance em que Saviola finta Robson, isola-se, e já na área é tocado por Roberto Sousa. Terá ficado uma grande penalidade por marcar neste lance, mas o mesmo terá acontecido na melhor situação dos locais. Baba apareceu frente a Roberto e permite que este desvie para canto o remate, mas antes, porém, ficam queixas de uma falta de Maxi Pereira sobre Djalma.
O jogo ganhou vivacidade e após um grande passe de Cardozo, Gaitán perdeu mais uma boa situação para inaugurar a partida. No recomeço, após mais uma saída incompleta de Marcelo, o camisola 20 do Benfica falhou um chapéu (48m). A história da partida parecia continuar a ter o mesmo sentido. Espreitando o contra-ataque, Danilo Dias isola Baba aos 50 minutos, mas o lance é anulado por fora de jogo. Mal diga-se!

Cardozo falha e falha, mas Coentrão marca
Na resposta, Cardozo surge sozinho sem ser assinalado fora de jogo e vê Marcelo defender uma tentativa de chapéu e depois vê Ricardo Esteves salvar sobre a linha de baliza a sua recarga. E só continuava a dar Benfica. Aos 53 minutos, Fábio Coentrão cruzou com tudo para Cardozo marcar, mas este sozinho fez o mais difícil: falhar!
Jogando em contra-ataque, Danilo Dias (pois claro!) isolou Tchô mas este perdeu-se em fintas e rematou contra o corpo de Luisão. Mas aos 57 minutos, finalmente, Jorge Jesus respirou de alívio. Fábio Coentrão aproveitou bem um cruzamento de Saviola e rematou para o fundo da baliza.
Os locais tentavam chegar à igualdade e aos 63 minutos, após um bom trabalho de Danilo Dias, este remata forte, mas Roberto brilha e desvia para canto. Na resposta, Saviola volta a ver um remate seu a ser desviado para canto, após mais uma boa assistência de Coentrão.
Pedro Martins volta a mexer na sua equipa e lança Dylan, retirando um médio defensivo, Rafael Miranda. Assim, o líder verde-rubro não se dava por vencido. E voltou a lançar mais poder de fogo ao colocar Fidelis em campo. Mas de nada valeu, pois o Benfica foi controlando a vantagem mínima até ao final. Afinal o campeão também sabe defender.

23/09/10

Menino Vilas Boas, o moço de recados

O menino Vilas Boas parece já ter adquirido a principal característica de um treinador do Porto, falar do Benfica a mando do Padrinho!
Será que esta gente não cai no ridículo?  Benfica será eternamente uma obsessão para estes idiotas, e sempre que assim for só fará do Benfica ainda MAIOR!
O Benfica é um colete de forças para estes atrasados, quando mais falam do Benfica mais ele aperta, nunca se vão libertar da pequenez insignificante que representam, ainda bem que não são inteligentes para perceber isto.
Senta , pula, corre, salta, ladra, deita, muito bem Vilas Boas toma lá uma peça de fruta! (O Padrinho)

OBSESSÃO CHAMADA BENFICA
  • "...será que o Benfica se sente suficientemente injustiçado para mandar repetir o jogo? Estarão com vergonha de o pedir?",
  • "Conferências de Jesus à Benfica Tv “são monólogos"
  • " Foi uma vitória importante sobre um adversário (Benfica) que prometia mundos e fundos e que não perdia com ninguém."
  • blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá Benfica, Sempre Benfica!

21/09/10

Declarações de Vitor Pereira / Comunicado do SLB

Vítor Pereira convocou esta terça-feira uma conferência de Imprensa para analisar alguns lances que suscitaram polémicas nas primeiras cinco jornadas da Liga Zon Sagres. Dois desses lances referem-se ao jogo V. Guimarães-Benfica, jogo no qual os encarnados reclamaram duas grandes penalidades.
Sobre o penálti reclamado após lance de Aimar, Vítor Pereira disse que o lance tem "duas dimensões: a do terreno de jogo ao vivo e a dimensão da análise na TV". Por isso, "ao vivo ficamos com a noção de que é o defesa quem joga a bola, olhando na TV o que se percebe é que o avançado interpõe o pé entre a bola e o defensor e este corta a bola e também a perna do avançado". Este é um lance "complicado de vislumbrar à vista desarmado", acrescentou.
O líder da CA da Liga comentou também uma grande penalidade reclamada pelo Rio Ave no jogo com o FC Porto, quando a equipa de Vila do Conde perdia por 1-0. Vítor Pereira considerou que se tratou de um lance (disputado entre Álvaro Pereira e Sidnei) "bem complicado, ocorrido na chamada zona cinzente (entre o árbitro e o árbitro assistente), junto àquela linha quase dramática..."
Sobre o lance protagonizado por Carlos Martins, já na 2.ª parte dessa partida, Vítor Pereira considerou-o "uma situação interessante" do ponto de vista da análise crítica. "Há um grande aglomerado de jogadores, o defesa estica a perna para jogar a bola, não a joga e impede o adversário de prosseguir", analisou. Logo, "havia lugar para a marcação de uma grande penalidade".
Quanto aos foras-de-jogo "tirados" a Saviola e Cardozo também no V. Guimarães-Benfica apitado por Olegário Benquerença, Vítor Pereira comentou as imagens que exibiu para referir que na primeira situação o árbitro "devia ter deixado prosseguir o jogo" e que na segunda estamos perante "um lance bem díficil de analisar".
Segundo o presidente da CA da Liga, a colocação do árbitro auxiliar "não é correta e por isso a probabilidade de não acerto era grande". Para Vítor Pereira, Cardoso "estará adiantado milimetricamente".
Record

COMUNICADO DO SLB

O Sport Lisboa e Benfica espera que a conferência de imprensa do Presidente da Comissão de Arbitragem, Vítor Pereira, tenha um efeito pedagógico junto dos árbitros e observadores, e que o futuro próximo do futebol português traduza uma melhoria significativa no nível global das actuações das equipas de arbitragem.
Assinalamos a coragem que teve por assumir erros que influenciaram resultados de vários jogos e penalizaram gravemente o Sport Lisboa e Benfica, confirmando, dessa forma, que a actual classificação da Liga está adulterada.
Para a média de avaliação globalmente positiva de que o Presidente do Conselho de Arbitragem deu conta na sua exposição, seguramente não contribuíram as actuações da maioria dos árbitros que dirigiram jogos do SL Benfica.
Percebemos a definição dos critérios elencados pelo senhor Vítor Pereira, concordamos com eles, só não entendemos a falta de uniformização na aplicação desses mesmos critérios, nomeadamente a nível disciplinar e nos livres de 11 metros.
O Sport Lisboa e Benfica limitou-se a expor factos, nunca pretendeu qualquer tratamento de favor, mas não compreende como é que as “zonas cinzentas” apontadas pelo presidente do Conselho de Arbitragem podem explicar tantos erros de arbitragem, nomeadamente o lance de andebol ontem ocorrido na Madeira.
Independentemente do que se passou em Guimarães, o Sport Lisboa e Benfica nunca pôs em causa a seriedade e competência do senhor Vítor Pereira.
Esperamos, de facto, que o senhor Vítor Pereira não seja “ pressionável ”, mas que seja suficientemente responsável para perceber que tem elementos dentro da sua estrutura que podem não ter a mesma boa-fé e a mesma competência do seu Presidente.
Benfica

Mais grave do que os erros que prejudicaram o Benfica, foram os erros que beneficiaram o Porto. O Benfica queixa-se com razão de dois jogos onde poderia ter saído com outro resultado (Académica e Guimarães), em relação ao Porto são já quatro jogos em que são beneficiados, gostaria de ver o Sr. Vítor Pereira comentar esta falta de coragem (medo?) dos árbitros que teimam em não marcar penaltis contra o Porto, por muito óbvios que eles sejam.

SE o Benfica não tivesse sido prejudicado...
SE o Porto não tivesse sido beneficiado...
SE o critério dos árbitros fosse igual...
Será que a classificação estava como está? SE calhar não!

Fica-nos tão bem!

20/09/10

Benfica 2 Sporting 0


Tenham cuidado, ele é perigoso, ele é o Óscar Tacuara Cardozo!

No derby de todos os medos o mais corajoso foi Cardozo. O Tacuara pediu desculpas com golos e não com palavras de circunstância no final de uma partida. A Luz rendeu-se ao goleador das últimas épocas e a águia voou por fim! Voou sobre um leão ao qual faltaram garras. A um clube como o Sporting não basta ter a bola, é preciso ameaçar como um verdadeiro leão. Na primeira parte jamais o conseguiu, na segunda pouco o fez e saiu derrotado. Saiu porque hoje o rival encarnado é mais equipa, está mais crescido e afugentou os fantasmas das primeiras rondas. O derby encheu a autoconfiança da águia.
Do outro lado, Carlos Xistra, que tornou o emocionante jogo numa partida mais pobre, com faltas atrás de faltas vistas só pelo próprio, ou pelos assistentes, sem razão, sem ninguém entender. Foi a personagem triste do encontro, o mais defensivo de todos em campo. A jornada anterior, com outro protagonista, tinha sido demasiado escaldante para o juiz, que até começou bem, mas acabou por ser decisivo, não no resultado, mas sim nos desempenhos de encarnados e verdes e brancos. O jogo seria mais solto, com alguém que percebesse quando deve deixar os verdadeiros protagonistas sê-lo


A revolução esperada no onze fez o leão espreguiçar-se num 4x2x3x1, com Djaló a fugir muitas vezes da direita para o meio. A ideia só resultou nuns poucos minutos iniciais, a altura em que o Benfica analisou o adversário. A partir dos quatro, porém, os encarnados partiram para o ataque.
Cardozo atirou ao poste, na primeira instância, não desviou para o golo na segunda e à terceira, na decisão suprema, atirou a contar. Três vezes três do Tacuara: terceira tentativa, terceiro golo consecutivo em derbies com o Sporting. Mais do que isso, um quarto de hora de grande esforço, de entrega, para o tribunal da Luz aplaudir. Pazes feitas.
O leão estava obrigado a reagir. Fê-lo com bola, mas a ideia que ficou de 45 minutos foi que essa posse era mais cedida, que conquistada. Muitas dificuldades para furar as linhas adversárias, perante o melhor Benfica da temporada, no sector recuado, a saber fechar espaços e a pressionar como em 2009/10.
O primeiro tempo resume-se depois em poucas palavras: uma arrancada de Saviola, aos 29, que Patrício segurou e faltas, infracções, simulações também e cartões amarelos: uns justificados, outros longe disso. O primeiro tempo chegou ao fim com Xistra a empobrecer uma partida que, a partir do 1-0, os encarnados souberam controlar.
Espelho, reflexo, o que quer que seja, começou a segunda parte como a primeira. Leão com bola, Cardozo a não perdoar, na redenção total com o terceiro anel. O Tacuara fez o 2-0 num lance de eficácia total, com poucos toques e o último fatal: o leão ficou ferido de morte.

Sem Aimar em campo, o Benfica até se deu a esse luxo, Ruben Amorim deu a Liedson a oportunidade de voltar a marcar na Luz. Perda de bola infantil e o 31 dos leões em direcção à baliza, como tantas vezes no passado, com os corações encarnados à espera do costume. Mas a seca continua. E desde Abril de 2007 que o Sporting não marca na Luz. Liedson não se encontra com o passado, tal como o leão, que parece fugir da própria história, da que o tornou enorme.
Dois minutos depois, Postiga testou Roberto, que defendeu. O leão quase acabava aí no encontro (ia ter um ou outro lance mais), no que toca ao ataque, enquanto a águia enchia o peito e quase se enchia de golos. Rui Patrício salvou o terceiro (grandíssima defesa) e viu Cardozo desperdiçar o hat-trick.
Num jogo de temores, o Benfica teve força de campeão. Não foi excitante, foi antes cumpridor e mais intenso. E isso bastou-lhe para vencer um leão, igual em grandeza e que continua à frente na tabela, mas que está, claramente, mais longe da identidade que o fez ser quem é.

16/09/10

Belo estágio Sr. Xistra!

Carlos Xistra foi muito bem escolhido porque beneficiou de um estágio no meio da semana junto de Olegário Benquerença e da sua dupla dourada de fiscais-de-linha. Xistra, na qualidade de árbitro adicional, não só esteve presente no M. United-Glasgow Rangers, de tão boa memória para a arbitragem lusa, como também, certamente, aproveitou o convívio com os Benquerenças para se aperfeiçoar na arte do apito, colhendo os ensinamentos do mestre.
Leonor Pinhão

14/09/10

Benfica 2 Hapoel 0 - Liga dos Campeões

A mudança de cenário da Liga para a Champions era uma oportunidade que o Benfica não podia deixar escapar para voltar a pôr-se de pé e deixar para trás das costas um início de temporada tão negativo como inesperado. Não o fez de forma convincente, deixou ainda escapar alguns indícios dos muitos traumas de que tem sofrido, mas frente ao Hapoel Tel Aviv conseguiu o essencial: estreou-se na fase de grupos com uma vitória (2-0) que pode vir a ser um bálsamo para os males que o apoquentam e um estímulo para o próximo jogo com o Sporting.
Jorge Jesus manteve intacta a confiança na equipa que perdeu em Guimarães, trocando apenas Maxi por Ruben Amorim. O jogo começou tenso, com marcações cerradas de parte a parte, poucos espaços, mas maior ascendente do Benfica que procurava fechar o adversário sobre o seu meio-campo. O Hapoel defendia de forma disciplinada, fechando bem os corredores e procurando libertar-se das correias com passes em profundidade, quase sempre sem problemas para a defesa encarnada. Com o cerco montado, o Benfica procurava abrir brechas com passes na vertical e rápidas invasões à área Enyeama. A primeira vez que o Hapoel conseguiu entrar na área de Roberto, Luisão teve de recorrer aos braços para travar Schechter e terá ficado uma grande penalidade por marcar.
Mas era o Benfica que mandava no jogo, com Aimar em bom plano a procurar desequilíbrios, bem apoiado por Gaitan e Carlos Martins. O primeiro golo acabou por chegar, aos 21 minutos, numa jogada de laboratório: Aimar, na marcação de um canto na esquerda, atirou para o lado contrário, para um espaço de vazio para onde correu Carlos Martins para cruzar para o interior da área onde Luisão desviou de primeira para as redes. A defesa do Hapoel, bem organizada até aqui, não esperava esta conjugação de movimentos e abriu pela primeira vez o flanco.
O Hapoel reagiu de pronto permitindo a Roberto brilhar. Primeiro com uma defesa apertada e a dois tempos a um remate de Vermouth, depois com uma saída ousada fora da área para desarmar Sahar. O espanhol, que já tinha marcado pontos frente ao V. Setúbal, voltava a recolher aplausos a caminho da redenção. Mas o Benfica estava agora mais sereno, mas confiante, trocava melhor a bola e deixava pouco jogo para os israelitas que, até ao intervalo, não voltaram a incomodar Roberto.

Cardozo marca e é assobiado
A segunda parte começou mais aberta e com mais espaços e o Hapoel a conseguir o primeiro sinal de perigo com Vermouth a surgir na zona central e a tentar picar a bola sobre Roberto. O Benfica respondeu de imediato com mais um belo trabalho rendilhado de Aimar que ofereceu o segundo golo a Cardozo. O paraguaio, em noite infeliz, atirou de bico por cima da trave e foi brindado com intensos assobios pelo tribunal da Luz. Seguiram-se os ajustamentos dos treinadores, com Jesus a avançar Ruben Amorim para o meio-campo com a entrada de Maxi e a saída de Gaitan. Eli Gutman trocou apenas de avançados e saiu a perder.
O Benfica voltou a pegar no jogo, a fechar os israelitas no seu meio-campo e chegou ao segundo golo num rápido contra-ataque com Maxi a descair da direita para o centro e a fuzilar Enyeama que aparou a bomba para os pés de Cardozo que só teve de encostar. O paraguaio não esqueceu os assobios e mandou calar os adeptos, levando o indicador ao nariz para ouvir mais uma enorme assobiadela entre os aplausos do golo.
Ainda a bola não tinha entrado nas redes pela segunda vez e Aimar já tinha levantado o braço e dito a Jesus que não dava mais. Entrou Airton para segurar o jogo ao lado de Javi Garcia. Tamuz ainda rematou ao poste, mas a vitória do Benfica não merece contestação, apesar de estar ainda a anos-luz da equipa que nos habituámos a ver na temporada passada.
O Benfica parte, assim, convalescente, mas com alguns sinais de melhoria, para o derby com Sporting, marcado para o próximo domingo.
Mais Futebol
 
Óscar Cardozo pediu desculpa aos adeptos do Benfica após a vitória sobre o Hapoel Tel Aviv (2-0), na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Após ter apontado o golo da tranquilidade, o avançado paraguaio mandou calar os adeptos, que antes o tinham assobiado:
«Queria pedir desculpa aos adeptos pela minha atitude. Estive mal. Estava um pouco nervoso, pois as coisas não me estavam a sair bem. Mas já passou. Não quero falar mais do assunto.»
[sobre as dificuldades do Benfica nesta fase inicial da época] «Estamos a jogar bem. Temos a mesma atitude de sempre. Está a faltar um pouco de sorte.»
[a nível pessoal, tem sentido cansaço associado ao Mundial?] «Um pouco, mas está a passar. Temos de esquecer e pensar em ganhar todos os jogos.»

Honrem a História



Guarda-redes: Roberto e Júlio César.
Defesas: Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão, Maxi Pereira, Sidnei e César Peixoto.
Médios: Airton, Carlos Martins, Pablo Aimar, Nico Gaitán, Ruben Amorim e Javi Garcia.
Avançados: Franco Jara, Cardozo, Saviola, Nuno Gomes e Weldon.

13/09/10

Comunicado

Há momentos que exigem ponderação de análise e firmeza na acção. Há momentos que obrigam a uma participação alargada na tomada de decisões porque isso fortalece a decisão. Razões suficientes que justificaram a convocação de um plenário dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica. Nunca defendemos condições de privilégio, o que sempre reclamámos na nossa história foi igualdade de tratamento, isenção no momento de tomar decisões e verdade.
São estes princípios que garantem a credibilidade em qualquer sector de actividade, seja na política, na economia ou no desporto. São estes princípios que, infelizmente, têm faltado ao campeonato de futebol profissional da primeira Liga nestas primeiras quatro jornadas.
Perante a evidência de tantos erros em tão pouco tempo, a esperança de um campeonato sério ainda não morreu, mas foi fortemente atingida. Aceitar com ligeireza o que se tem passado neste início de campeonato é negar o obvio e pactuar com a mentira.
Qualquer generalização é perigosa e nós não o queremos fazer. Há árbitros competentes – temos essa consciência e essa certeza – mas, infelizmente, por acção de alguns, todos são postos em causa.
O Benfica agirá sempre no estrito cumprimento da lei, não estando disponível para trilhar caminhos sinuosos que outros percorreram sem problemas de consciência e sem reparo ou castigo da justiça.
Se for outro caminho que os benfiquistas querem seguir, então estes órgãos sociais não servem. No nosso mandato não vamos montar uma estrutura organizada à margem da lei, nem um modelo de violência e intimidação de agentes desportivos ou jornalistas. Essa não é a nossa postura, nem a nossa forma de agir. Ganhar dessa forma é apenas alimentar uma mentira.
Da reunião do plenário dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica foram assumidas as seguintes orientações:

a) Reafirmar a total confiança do Clube nos seus atletas e na sua equipa técnica, e a garantia de que ninguém vai desistir dos objectivos propostos no inicio da presente temporada. Resistir é próprio dos que nesta casa se bateram e continuarão a bater pela verdade no futebol português.
A falta de credibilidade que está a atingir a arbitragem enfraquece o futebol e só quem não está preocupado com o futebol pode estar satisfeito com a presente situação. Não é ilibando, nem protegendo aqueles que reiteradamente erram que se protege o futebol. Há quem veja e queira fazer-se de cego. A esses, essa cegueira tem de custar-lhes caro.
O futebol protege-se agindo, assumindo as medidas necessárias para que a transparência regresse à nossa arbitragem. Quem tem responsabilidades perante a actual situação tem de se fazer ouvir.
O futebol não é viável sem verdade e sem acções. O senhor Vítor Pereira deve pronunciar-se sobre o que se passou, sobre o que pensa fazer para o futuro e sobre o entendimento que tem – na forma e no tempo - sobre a homenagem promovida no dia 5 de Setembro, pela Associação de Futebol do Porto, ao senhor Olegário Benquerença.
Citando o Presidente da UEFA, Michel Platini “os árbitros incompetentes devem ser varridos do futebol”. Pela nossa parte, acabou a tolerância com árbitros incompetentes ou habilidosos.
Cada um deve assumir as suas responsabilidades e o senhor Vítor Pereira tem a obrigação de garantir condições de igualdade nos critérios e na acção dos árbitros a todos os clubes em Portugal. Algo que até aqui não aconteceu.
b) Compreendemos e associamo-nos ao movimento de indignação que desde sexta-feira varre o país. Face à adulteração da verdade desportiva, queremos pedir aos sócios e adeptos do Benfica que continuem a apoiar, de forma inequívoca e sem reservas, a equipa nos jogos que o Benfica realiza no Estádio da Luz, mas que se abstenham de se deslocar aos jogos fora de casa.
A equipa já sabe que vai ter de lutar contra muitas adversidades, algumas previstas, outras totalmente imprevistas - já o sentiu neste início de época - e vai conseguir superá-las, mas os sócios e adeptos do Sport Lisboa e Benfica não devem continuar a ser lesados económica e emocionalmente.
A nossa ausência será o melhor indicador da nossa indignação.
c) Solicitar ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica a suspensão imediata de quaisquer negociações relativas aos direitos televisivos relativos aos jogos da sua equipa profissional a partir da época 2012/13 que possam estar a decorrer com a Olivedesportos. Mais, foi igualmente solicitada uma avaliação no sentido de apurar a possibilidade do Clube passar a gerir de forma autónoma os seus direitos audiovisuais.
Não podemos continuar a tolerar que a falta de seriedade dentro de campo tenha a cumplicidade daqueles que, tendo os nossos direitos televisivos, não revelam isenção na análise e camuflam os erros daqueles que sistematicamente nos prejudicam.
d) Equacionar, em face do desgaste e da falta de garantias de isenção na arbitragem agora evidenciadas, a participação na presente edição da Taça da Liga.
e) Solicitar à comunicação social que, fazendo o seu trabalho, denuncie quem adultera as regras. Que investigue as notas que alguns observadores têm atribuído a algumas actuações de árbitros. Que compare aquilo que sucedeu no campo com a nota posteriormente atribuída.
f) Solicitar ao Senhor Ministro da Administração Interna uma audiência para debater a violência de que a equipa do Benfica tem sido alvo cada vez que se desloca ao Porto. Não queremos confundir as gentes do Porto – que seguramente não se revêem neste tipo de comportamento – com um grupo de delinquentes que organizada e reiteradamente e de forma impune têm vandalizado o autocarro do Benfica e atentado contra a integridade física dos seus atletas.
g) Declarar o Secretário de Estado ‘persona non grata’ pelo trabalho que prestou ao futebol português. Abandonou a anterior Direcção da Liga no seu combate pela credibilização do futebol português, alheou-se – por completo – do processo “apito Dourado”. É, ainda, o responsável por nada fazer para aplicar a lei, pelo que a arbitragem e a Comissão Disciplinar continuam na Liga, quando já deviam estar na Federação Portuguesa de Futebol desde 1 de Julho.
Para além de tudo isto, lamentar as declarações desrespeitosas que o Secretário de Estado teve para com o Sport Lisboa e Benfica e que branqueiam o comportamento daqueles que adulteram a verdade desportiva.
Quem se demite das suas responsabilidades, deve saber que isso tem consequências.
Queremos concluir dizendo que compete aos benfiquistas defender o Benfica e apelando a todos para amanhã, no nosso estádio, darmos uma grande demonstração da nossa força e da nossa união.

12/09/10

Será?


Será que depois do roubo do Olegário, LFV ainda apoia incondicionalmente Fernando Gomes?
Será que a arbitragem de Guimarães foi uma encomenda de alguém, por LFV ter sido testemunha de Queirós contra a FPF?
Será que Olegário foi aconselhado a prejudicar o Benfica, porque LFV criticou publicamente Laurentino Dias?
Será que há instruções para que os árbitros errem propositadamente contra o Benfica, porque LFV está inclinado em não renovar com a Olivedesportos?
Será que os corruptos do apito dourado ainda estão no activo, ou estamos numa fase de passagem de testemunho?
Será que a Liga, FPF, Olivedesportos, Laurentino Dias, Vítor Pereira, Pinto da Costa e restante pandilha, são os braços do polvo/sistema?
Será que depois do favor do Olegário, este teve direito a fruta fresca e café com leite quentinho?
Será que se LFV estivesse calado era melhor para o Benfica?


Sendo um árbitro da associação de futebol de Leiria, foi comovente ver Olegário ser homenageado a semana passada pela associação de futebol do... Porto! Oficialmente a homenagem foi pela participação no mundial, mas na realidade foi um agradecimento pela colaboração de muitos anos (e pelos vistos vai continuar) com o clube da "terrinha". Só mais um pormenor, Lourenço Pinto é o presidente da associação de futebol do Porto...lembram-se deste senhor no processo apito dourado? coincidências.
Esta homenagem consegue ser tão vergonhosa como a arbitragem do jogo de Guimarães.
Segundo notícia do correio da manhã, Vítor Pereira nomeou o árbitro mais credenciado (Quê?!) para o jogo do Benfica, pois pretendia não dar continuidade ás queixas da arbitragem por parte do Glorioso em jogos anteriores, puro engano!
Depois de Olegário ter viciado o resultado do Guimarães - Benfica, Vítor Pereira mandou-o para a jarra!
Dou uma sugestão ao conselho de arbitragem para Olegário nunca mais errar:
1 - metam-no na jarra
2 - encham de água
3 - Tapem a jarra

 Amigo Costão, tens toda a razão!

11/09/10

RAP - O futebol Português rejuvenesce

Há duas semanas, escrevi aqui que a época 2010/2011 começava naquele dia, quando o Benfica jogasse com o Vitória de Setúbal. O jogo acabou com a vitória do Benfica por 3-0, e eu convenci-me de que tinha razão. Afinal, devo confessar que me enganei. Não estamos a assistir ao início da época 2010/2011. O campeonato que agora começa é o respeitante à época 1996/1997. Aquele ano em que se juntaram, na primeira divisão, árbitros como José Pratas, Augusto Duarte, Soares Dias e Isidoro Rodrigues, entre tantos outros. A arbitragem de ontem, em Guimarães, foi de 96/97. Até quem viu o jogo em casa sentiu o cheiro a naftalina. E os apreciadores de antiguidades terão admirado o rigor com que Olegário Benquerença aplicou as regras daquela altura.
Foi um espectáculo comovente. Quando um jogador vimaranense tentou separar a perna do Aimar do resto do corpo com um pontapé, dentro da área do Vitória. Senti-me 14 anos mais novo. A falta não assinalada que Carlos Martins sofreu, também dentro da área, fez me recuar à juventude. O fora de jogo inexistente que impediu Saviola de ficar isolado à frente de Nilson trouxe me à memória o viço dos meus vinte anos. E, quando Cardozo viu um cartão amarelo por ter marcado um golo limpo, quase chorei de nostalgia. Sou um sentimental, e estes regressos ao passado comovem-me. Só não percebo a razão pela qual este Vitória de Guimarães Benfica foi transmitido pela SportTV, em lugar de ter passado na RTP Memória. Quanto a Olegário Benquerença, já conhecíamos o seu talento como imitador de Quim Barreiros (quem não conhecer, veja o vídeo no YouTube). Mas não sabíamos que ele também tinha jeito para imitar o Martins dos Santos.
Que se saiba, ninguém seguiu o conselho de higiene institucional que Carlos Queiroz nos deixou, gratuitamente, em meados da década de 90: não há notícia de alguém ter varrido a porcaria da Federação. Não serei eu a pôr em causa a necessidade de varrer porcaria, seja na Federação ou noutro sítio, mas, não tendo a porcaria sido varrida, foi com porcaria que Humberto Coelho chegou às meias-finais de um Europeu, e foi na companhia da mesma porcaria que Scolari conseguiu ser vice-campeão da Europa e quarto classificado num Campeonato do Mundo. Bem sei, bem sei: o mérito dos feitos de Humberto Coelho e Scolari é todo de Carlos Queiroz. Foi ele quem lançou as bases. Construiu a estrutura. Pensou o edifício das selecções. E a responsabilidade pelo actual momento da Selecção é de todos menos de Queiroz. Por azar, ele tomou conta da Selecção precisamente na altura em que o efeito da sua obra começou a desvanecer-se. Os seus predecessores destruíram as bases, ignoraram a estrutura e borrifaram se no edifício. Curiosamente, Carlos Queiroz tem mais mérito e influência nos resultados da Selecção quando não está a treiná-la do que quando é seleccionador nacional. E, mesmo quando está longe, Queiroz consegue ser autor moral apenas dos êxitos: é ele o responsável pelo sucesso da equipa que fez um brilharete no Euro 2000, mas não tem responsabilidade nenhuma no desastre do Mundial de 2002, sendo que a chegada à final do Euro 2004 volta a ter o seu dedo.
O despedimento de Queiroz deve agradar, por isso, a ambas as partes: à Federação — que, com processos disciplinares consecutivos, fez tudo para o despedir sem nunca dizer que queria despedi-lo; e ao seleccionador — que, insultando os médicos na Covilhã e o vice-presidente da Federação no Expresso, fez tudo para ser demitido sem nunca dizer que queria demitir-se. Por um lado, é uma pena que Queiroz e a Federação se separem. Fazem um lindo par.
No fim, a cabeça do polvo, pelos vistos, conseguiu o que queria — o que significa que este é o segundo octópode a ser bem sucedido no mundo do futebol em meia dúzia de meses. Infelizmente, dizem-me que ficávamos mais bem servidos se o polvo alemão que adivinhava resultados viesse ocupar o cargo de vice-presidente da Federação e Amândio de Carvalho fosse para dentro daquele aquário na Alemanha.
A Bola, 11.09.2010

10/09/10

Guimarães 2 Benfica 1 - Não há coincidências


Esta época já se percebeu o critério das arbitragens, há duas situações do jogo que estão perfeitamente definidas e em vigor desde o inicio do campeonato:

1 - Em caso de duvida a favor do Benfica não se marca
2 - Em caso de duvida contra o Benfica assinala-se
3 - Em caso de duvida a favor do Porto assinala-se
4 - Em caso de duvida contra o Porto não se marca

Não há coincidências, pois não Olegário?

Parece que o critério é igual para todos mas não! O que tem acontecido desde o inicio do campeonato é do conhecimento geral, os erros são para um lado e os benificios para o outro. Esta situação não serve de desculpa para os jogos menos conseguidos, no caso de hoje o Benfica nem jogou mal, mas com esta arbitragem era impossível vencer, para isto acontecer a nossa exibição tinha de ser claramente superior á do árbitro para podermos alcançar a vitória mas neste jogo quem ganhou foi o Olegário. O que está a acontecer é inacreditável...
Aquilo que aconteceu hoje em Guimarães é um testemunho desta regra, com um senão, os lances de penalti não são de duvida, são claros e o árbitro não marcou porque não quis.

Rui costa - "Chegou a hora de dizermos qualquer coisa! Houve quatro lances com influência no resultado que foram mal ajuizados: dois foras-de-jogo com o Cardozo e o Saviola isolados e dois penálties claríssimos", declarou, visivelmente agastado.
Rui Costa desafiou os jornalistas a estudarem as jogadas em questão: "São situações evidentes, ainda para mais num jogo com esta importância, analisem estes quatro lances", pediu, frisando: "Chegou a hora do Benfica se manifestar sobre isto! À quarta jornada já perdemos 9 pontos; assumimos as nossas falhas dentro do campo, mas agora cabe a cada um de vocês analisar o que se passou aqui hoje."

Luís Filipe Vieira - «O Benfica quer é isenção e paz. Não pode haver violência. Quanto à isenção, este árbitro deu a resposta que se viu. No que respeita à violência, o nosso autocarro voltou a ser apedrejado. Normalmente isso acontece sempre na mesma zona do país. Se alguém quis afastar já o Benfica do título, se calhar está a rir-se neste momento. Peço que os nossos adeptos protejam os nossos jogadores. Não nos deixaram ganhar este jogo. Estamos abatidos, mas vamos levantar a cabeça para a luta.»
«Em quatro jogos perdemos duas vezes por culpa da arbitragem. E amanhã já sabemos quem vai ganhar e ficar a rir-se.»

Jorge Jesus - «As derrotas não motivam ninguém. Com isto temos de recuperar a nossa capacidade emocional para ganhar ao Hapoel. O nosso objectivo é ultrapassar a fase de grupos. Em 12 pontos perdemos nove, no campeonato mas faltam 26 jogos. Está difícil para todos. Hoje tudo fizemos para ganhar, mas o jogo foi influenciado pela equipa de arbitragem.»
Que resultado deseja para o F.C. Porto-Sp. Braga?
«Não nos preocupamos com isso. Sabíamos que tínhamos de vencer e estamos preocupados com o que vimos aqui em Guimarães, pela forma como perdemos.»



Levantem a cabeça, nós estamos convosco!

É para ganhar!

Sabem vocês e sabem todos os adeptos do Glorioso (muitos tripeiros e lagartos também sabem), por isso hoje é para ganhar sem deixar duvidas.
O jogo de hoje pode provar que as duas primeiras jornadas foram um acidente de percurso, hoje é daqueles jogos que poderá dar um sinal de que Benfica vamos ter durante o resto da época.
Jesus optou por não revelar a lista de convocados para o jogo desta noite, ou muito me engano ou a não divulgação dos convocados quer dizer que o Coentrão está recuperado e vai jogar, vai uma aposta?
Sálvio lesionou-se no ultimo treino e é uma baixa anunciada, Kardec continua em recuperação.

Onze provável

08/09/10

Entrevista de Luis Filipe Vieira

"O Benfica não tem o pensamento no Simão neste momento"

A entrevista no Jornal da Noite começou pelas notícias recentes que davam conta do interesse de Vieira no regresso de Simão e que terá sido recusado pelo treinador Jorge Jesus. Notícias que o dirigente do Benfica desmente: "é mais uma notícia sensacionalista, não tem nenhum fundamento".
"Não falámos com o Simão, o Simão não falou connosco, nem dentro da nossa casa falámos sobre o Simão", garantiu Vieira, lembrando que Benfica respeita também o Atlético de Madrid, actual "casa" do antigo capitão dos "encarnados"

"Se não houvesse um substituto para o Di María não o venderia"
O mercado de transferências fechou e do clube apenas saíram dois jogadores, Di María e Ramires. Vieira congratula-se pela promessa cumprida: "Prometemos aos benfiquistas que o núcleo forte do Benfica se iria manter".
Mesmo em relação à venda de Di María - que "há cerca de um ano alguns observadores diziam que era um brinca na areia", segundo Vieira -, a sua transferência só foi pensada depois de se confirmar substituto para a sua posição (Gaitán). "Mais uma vez demonstrámos que o Benfica tem um líder como deve ser", sublinhou.

"Nós não gostaríamos de estar a falar de arbitragem mas são factos"
Do pior arranque no campeonato nos últimos 58 anos, Luís Filipe Vieira relativiza - "pela nossa grandeza passa-se da euforia para uma desilusão completa" - e não acusa responsáveis - "quando perdemos, perdemos todos".
Ainda assim, não deixa de apontar o dedo às arbitragens, nomeadamente da jornada inaugural em que o Benfica perdeu na Luz com a Académica de Coimbra. "Se os critérios na arbitragem fosse iguais, o Benfica teria mais pontos".

Roberto: "não vamos abdicar dele"
A prestação do novo guarda-redes tem sido muito contestada, mas o presidente do Benfica garante: "será o Roberto o nosso guarda-redes, se vai ser titular ou não é decisão do treinador".
Por outro lado, segundo Vieira, "Roberto não é criticado pelo que defende, é criticado pelo preço que custou". E quanto ao custou (8,5 milhões de euros) e em resposta a insinuações sobre o negócio, o dirigente disse que "o Benfica não paga em chegues, paga por transferências (...) é fácil seguir o rasto do dinheiro".
Luís Filipe Vieira assume a responsabilidade pela contratação do guarda-redes e está convicto de que "dentro de pouco tempo vamos ver quem é que tem razão".

"Antes do Mundial, pensámos no Eduardo"
"Todos os dias vemos frangos, guarda-redes com melhores e piores prestações", acrescentou, lembrando inclusive o que se passou esta terça-feira com Eduardo, no jogo da Selecção Nacional.
E foi precisamente Eduardo uma das alternativas pensadas para a baliza do Benfica, confirmou o dirigente. "Antes do Mundial, pensámos no Eduardo" mas o negócio não foi possível, "passámos à frente".

Caso Queiroz: "o sr. secretário de Estado é que inventou isto tudo"
Questionado sobre o actual cenário da Selecção Nacional, Vieira começou por dizer que não ser essa a sua preocupação, mas acbou por ser claro: "Se não formos apurados para o Europeu 2012, alguém tem que ser responsabilizado (...) o sr. secretário de Estado [do Desporto] é que inventou isto tudo, ele que assuma".
"O objectivo já foi conseguido (...) os objectivos eram nitidamente afastar Carlos Queiroz", acrescentou, reiterando que "é tão evidente" que Laurentino Dias está por trás da polémica.
Testemunha do ainda seleccionador nacional, Vieira comparou a situação com o caso de doping de Nuno Assis, quando este era jogador "encarnado". "Nada se passou com o Nuno Assis (...) nunca esteve dopado", referiu, lembrando que depois disso o Benfica foi alvo de vários controlos em todas as modalidades.

As relações com o Sporting e o FC Porto
Sobre a relação que tem com o Sporting e o almoço recente com presidente dos "leões" e os directores das modalidades, Vieira disse que não há nada a esconder: "toda a gente sabe a relação que tenho com o Zé Eduardo Bettencourt".
Já sobre o FC Porto e Pinto da Costa, o presidente do Benfica recusa-se a comentar. "Ignoramos, pura e simplesmente".

Mantorras "poderá vir a abandonar o futebol"
"Temos plena confiança em todo o plantel e nos profissionais do Benfica", frisou Vieira. "Na nossa casa o que ganha é uma harmonia e sintonia grande".
E Mantorras ainda se mantém nesse lote. Vieira disse que o jogador angolado é "um exemplo" e que "cabe ao Benfica zelar pelos interesses do Mantorras".
"Vai haver uma reunião bastante importante na sexta-feira sobre o futuro do Mantorras", revelou, adiantando que "o Pedro é um activo muito importante do Sport Lisboa e Benfica". Mantorras ficará ligado ao clube, mas "poderá vir a abandonar o futebol".
Sic

07/09/10

Cardozo a 7 golos de Magnusson

Cardozo ameaça entrar para a galeria dos melhores avançados de sempre do Benfica, caso mantenha a veia goleadora patenteada nas últimas épocas.
Nesta altura, o paraguaio é o segundo estrangeiro que marcou mais golos de águia ao peito. Nas três temporadas ao serviço do clube, Tacuara apontou 78 tentos oficiais e está apenas a 7 de superar o registo de Magnusson, melhor artilheiro estrangeiro.
Cardozo já ultrapassou alguns nomes míticos do Glorioso, como o dinamarquês Manniche, o brasileiro Isaías ou o montenegrino Filipovic, que encantaram a plateia da Luz no passado. No que diz respeito a remates certeiros apenas no campeonato, a situação é idêntica, já que Cardozo está na segunda posição, contabilizando 57 contra os 64 de Mats Magnusson, que vestiu de encarnado durante cinco temporadas (1987 a 1992).
Em qualquer caso, Cardozo deverá assumir o comando rapidamente desta contabilidade e nem é preciso marcar tantos golos como na temporada passada (38), se contabilizarmos todas as provas oficiais. Aliás, é muito provável que ainda antes do meio da época Cardozo já tenha inscrito o seu nome na liderança deste duelo particular, a não ser que seja afetado por algum problema físico grave.
Apesar deste marco, Cardozo está ainda longe de alcançar os números de alguns dos melhores marcadores de sempre da história dos atuais campeões nacionais. Os registos de Eusébio (473), José Águas (379) ou Nené (359) são praticamente inatingíveis mesmo que Cardozo fique na Luz até final da carreira e consiga alvejar com êxito as balizas adversárias de forma constante durante várias épocas.


Depois de saber que Cardozo está apenas a 7 golos da sua marca, Magnusson mandou um recado para o Paraguaio, que passo a revelar:


Cardozo, marcar golos é fácil, agora vê é se consegues bater o meu record pessoal de imperiais...eheheheheheheh

GRANDE MAGNUSSON

05/09/10

Jorge Jesus já defeniu onze-tipo

Os Intocáveis. É o título de um conhecido filme norte-americano mas que também pode servir para definir os 11 homens da confiança de Jorge Jesus, que vão formar a equipa tipo dos encarnados esta temporada. O técnico dos campeões nacionais é conhecido por gostar de ter um plantel onde abundem soluções, mas mantém, durante a temporada, uma equipa-base, que só muda quando existe alguma lesão ou dependendo das circunstancias dos encontros.
No ano passado, o onze tipo esteve definido quase desde o início, excetuando o lugar de defesa-esquerdo, que só foi ocupado definitivamente por Coentrão, a meio da temporada. Esta época as coisas não ficaram definidas logo na madrugada da preparação e, nos quatro jogos oficias já disputados, o técnico nunca repetiu um onze, existindo várias explicações para este fenómeno.
Desde logo, a realização do Mundial, que motivou que vários jogadores só apanhassem o comboio da preparação a meio. Depois é ainda importante salientar que saíram dois jogadores de inegável qualidade (Di María e Ramires) e indiscutíveis. Jesus demorou a encontrar os substitutos ideais. Por último as muitas lesões que afetaram a equipa limitaram as escolhas do técnico e obrigaram a algumas improvisações.
Agora tudo parece estar mais claro e o técnico definiu um onze base para atacar as várias competições, até porque já tem Salvio para a direita. Depois dos problemas, Roberto assume-se como o dono da baliza enquanto o quarteto defensivo é o mesmo que terminou a época passada: Maxi, Luisão, David Luiz e Coentrão.
No miolo, Javi e Aimar têm dois novos companheiros nas alas: Salvio e Gaitán assumem-se como as soluções mais óbvias para tentar municiar a dupla goleadora composta por Cardozo e Saviola. O encontro com o V. Guimarães marcará, por isso, o início da era dos novos intocáveis.
Record

Actualmente será este o melhor onze do Benfica, mas ainda não estou convencido da mais valia de Salvio e Gaitan, já para não falar da qualidade (ou falta dela) de Roberto. As opções para o lado esquerdo do meio campo não são famosas já que Peixoto é muito fraquinho e Gaitan só agora parece começar agora a mostrar a razão da sua contratação. No lado direito, Carlos Martins parece-me ser neste momento a melhor aposta, desde que esteja a 100% e começa de uma vez por todas a ter "cabecinha". O jogo de Guimarães poderá ajudar a dissipar uma incógnita chamada Salvio... ou não.

03/09/10

Obrigado Bom Gigante

Avançado centro de grande eficácia no jogo aéreo é o melhor cabeceador na história do futebol português, conseguindo no Benfica o recorde de 116 golos após remates de cabeça, ultrapassando os 109 golos de José Águas!
José Augusto da Costa Sénica Torres nascido numa família de futebolistas, em Torres Novas a 8 de Setembro de 1938, cedo adquiriu o gosto pelo futebol. Iniciou-se no Clube Desportivo de Torres Novas onde jogaria na equipa principal durante três épocas, entre 1956/57 e 1958/59. No final desta temporada foi contratado pelo Benfica seguindo o rumo do seu tio Carlos Torres que em 1932, ou seja seis anos antes de José Torres nascer, ingressou no “Glorioso” onde jogou cinco épocas até 1936/37.
José Torres estreou-se pelo Benfica a avançado centro na categoria de Reserva, com o GD Cova da Piedade a 16 de Setembro de 1959, ou seja oito dias depois de ter comemorado o 21.º aniversário, na Cova da Piedade com V 4-0 marcando um golo. Ao terceiro jogo a 26 de Setembro cometeu o feito de marcar dez golos na V 14-0 com o CD Arroios, em jogo oficial para o campeonato distrital de Reservas, proeza que repetiria em mais dois encontros: V 17-1 com o GD Estoril-Praia (26.11.1960) e V 12-1 com o Alhandra SC, em Alhandra (13.10.1962).
Após seis jogos pela Reserva estreou-se a 25 de Outubro de 1959 no Estádio da Luz na 6.ª jornada do Nacional da I Divisão com o SC Covilhã marcando aos 72’ o 1.º golo na vitória por 2-1 do nosso Clube. Nas três épocas iniciais de 1959/60 a 1961/62 jogou essencialmente pela Reserva, mas em 1962/63 na quarta época a jogar no Benfica conseguiu a titularidade que manteve nas oito temporadas seguintes até 1970/71, fazendo parte das grandes equipas do Benfica nos anos 60 que dominaram o futebol europeu e mostraram por todos os outros continentes a categoria do Benfica. Na sua primeira época como titular foi o melhor marcador do campeonato com 27 golos em 21 jogos num Nacional com 26 jornadas, em 1962/63.
José Torres era um jogador rectilíneo que teve de vencer a sua imensa estatura de 1,98m. Só a perseverança, inteligência, capacidade de sofrimento e trabalho...muito trabalho em treinos apurados permitiram que uma compleição física pouco dotada para o futebol vingasse como um dos melhores avançados do futebol português e europeu. José Torres conseguiu que a paixão de menino pelo futebol colocasse “fora-de-jogo” as suas características físicas, que se dizia serem desproporcionadas para um futebolista. E na verdade nunca se vira um jogador com a sua altura e físico franzino evoluir no desporto tecnicista. Mas Torres soube estudar o jogo e adaptar-se às respectivas características. Ele era o último interprete, aquele que estaria no local certo no tempo certo para efectuar o remate final. Com treino e muita dedicação soube evoluir. Para além de temível cabeceador, não só pela altura mas igualmente pelo tecnicismo que soube desenvolver, jogava (e em particular rematava) com os dois pés. Sabendo usar o tamanho das pernas, os remates saíam violentíssimos e bem colocados. Era um jogador de grande eficácia, em particular se aparecesse isolado.
Dificilmente falhava um golo certo! Se as defesas contrárias não fossem persistentes até ao final do jogo, José Torres que nunca desistia e redobrava de ânimo com o escoar do tempo, marcava golos atrás de golos permitindo ao Benfica golear os adversários. Foi assim que um futebolista a quem alguns inadvertidamente pensaram que nunca seria sequer um fraco jogador de futebol se tornou numa das principais referências do futebol do Benfica e da Selecção Nacional, onde foi um dos jogadores fundamentais no Mundial de Inglaterra em 1966, marcando três golos e jogando todos os seis encontros da fase final, tal como havia participado já nos seis jogos na fase de apuramento.
Na época de 1970/71 com o Benfica a necessitar de rejuvenescimento, José Torres com 33 anos deixou o “Glorioso” envolvido na transferência de Vítor Baptista do Vitória FC, de Setúbal para o Benfica. No início da temporada seguinte em 1971/72 realizou-se no Estádio da Luz a 31 de Julho de 1971 a “Festa de Despedida” num encontro em que vencemos por 2-0 o Arsenal FC, de Londres, com José Torres a deixar o jogo aos 2’ substituído por Vítor Baptista.
Pela equipa de honra do Benfica ajudou o Clube a conquistar 16 títulos oficiais: nove campeonatos nacionais na I Divisão, em 1959/60, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69 e 1970/71; quatro Taças de Portugal, em 1961/62, 1963/64, 1968/69 e 1969/70; e, três Taças de Honra da AFL, em 1962/63, 1964/65 e 1967/68.Titular das grandes equipas que o Benfica possuía nos anos 60 ajudou o nosso Clube a conquistar inúmeros troféus de prestígio em vários países, destacando-se em Espanha, o Torneio Ramon Carranza, de Cádis (1963/64), o Torneio Ibérico de Badajoz (1968/69); na Venezuela, a “Pequena Taça do Mundo, de Caracas (1964/65); e em Portugal a “Taça de Ouro da Imprensa” quando vencemos por 5-0 o Sporting CP no estádio do Restelo, a 29 de Março de 1964.
Nas doze temporadas a jogar pela principal equipa do Benfica participou em 347 encontros, num total de 28 424 minutos, marcando 284 golos, ou seja um golo a cada 100’: em 178 jogos não marcou, mas obteve golos em 169 encontros: um golo em 96 jogos, dois golos em 46 encontros, três golos em 19 jogos, quatro golos em quatro jogos, cinco tentos em dois encontros, seis golos num jogo e sete golos também num encontro. Enquanto futebolista do Benfica efectuou 347 jogos, com 316 encontros a titular sendo substituído em 42 jogos. Em 31 encontros foi suplente utilizado. Jogou sempre como atacante, essencialmente a avançado centro em 205 jogos.
Pelo Benfica marcou 284 golos a 63 adversários diferentes, destacando-se 23 golos ao Leixões SC; vinte ao Vitória SC (Guimarães); dezassete golos ao Sporting CP; dezasseis tentos ao CF “Os Belenenses”; e, entre outros onze golos a equipas da Associação Académica de Coimbra, nove tentos ao FC Porto e três golos ao Boavista FC.
Dos 284 golos, 152 foram marcados no campeonato nacional da I Divisão, 57 na Taça de Portugal, onze na Taça de Honra da AFL, 19 na Taça dos Campeões Europeus, um da Taça das Cidades com Feiras, actual Taça UEFA, catorze em Torneios e 40 em jogos particulares, com um total de 49 golos em jogos internacionais marcados a 32 adversários, destacando-se cinco golos à AS Fiorentina e três tentos ao Chelsea FC.
José Torres é o cabeceador com melhor eficácia na gloriosa história do futebol benfiquista ao concretizar 116 golos com a cabeça, marcando 167 golos com os pés e um com o corpo, com 48 a serem concretizados após lances de “bola parada” e 236 em lances de “bola corrida”. Ao marcar 25 golos na sequência de pontapés de canto o nosso avançado é o melhor neste aspecto bem como no facto de 20 remates serem de cabeça, mais dois recordes no Benfica. Os 116 cabeceamentos vitoriosos correspondem a 80 golos em lances de “bola corrida” e 36 após jogadas de “bola parada”: vinte pontapés de canto, quinze “livres indirectos” e um após “lançamento da linha lateral”. Dentro área obteve 270 tentos, conseguindo ainda catorze golos “fora da grande área”.
José Torres conseguiu, enquanto jogador do Benfica 31 internacionalizações marcando catorze golos. Pelo Benfica participou num total de 473 jogos (126 na Reserva) marcando 558 golos (274 na Reserva).
Jogou no Vitória FC, de Setúbal quatro épocas entre 1971/72 e 1974/75, nesta última como jogador treinador depois de 28 de Dezembro de 1974 quando substituiu no comando técnico sadino José Augusto seu antigo companheiro no Benfica. Seguiram-se cinco temporadas no GD Estoril-Praia ainda como jogador-treinador, abandonando a actividade como atleta em 1980 quase com 42 anos, pois nesta temporada ainda participou em 20 jogos na I Divisão marcando um golo, isto na sua 24.ª temporada como jogador sénior! Dedicou-se depois ao cargo de treinador (em exclusividade): CF Estrela da Amadora (1980/81 e 1981/82) e Varzim SC (1982/83 e 1983/84). Seguiu-se a tarefa de seleccionador nacional no biénio 1984/85 e 1985/86 na campanha de apuramento para o Mundial de 1986 no México. Conseguiu o apuramento, acabando depois vítima de todos os acontecimentos de Saltilho. Apesar de nunca se ter esclarecido com clareza o que realmente se passou, num processo bem “à portuguesa” decerto que de todos – jogadores, técnicos e dirigentes, tudo indica como sendo o “menos culpado” seria depois o maior prejudicado, nunca mais conseguindo tranquilidade e oportunidade para desenvolver a sua brilhante carreira como treinador, tendo apenas uma possibilidade quatro temporadas depois em 1989/90 como treinador no Portimonense SC a competir na I Divisão. Desiludido afastou-se magoado com o futebol português…
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