Sofrer e Vencer
Jorge Jesus apostou no onze mais previsível, tendo em conta o castigo de Fábio Coentrão, recuando César Peixoto para a lateral e abrindo uma vaga para Pablo Aimar. Regressava o «maestro», mas faltava a bola. Manuel Fernandes montou um onze de combate, com três centrais e um meio-campo reforçado. O Vitória colocava muita gente na zona central e, praticamente sem homens na área, subia em bloco, com Neca e Pitbull a forçarem constantemente o lado esquerdo, colocando muitas dificuldades a Maxi.
Os sadinos, de cabeça levantada, assumiam, assim, o controlo do jogo, perante um Benfica irreconhecível que não conseguia exercer a habitual pressão, nem fazer mais de dois passes consecutivos. Era o Vitória que pressionava e o Benfica que tremia. Roberto deu o primeiro sinal de mal-estar com um mau passe que quase permitiu a Neca abrir o marcador. O jogo do Vitória entornava-se para a esquerda, mas Ney Santos também aparecia pela direita, com espaço para rematar. O Benfica só entrou no jogo aos 25 minutos, com Saviola a ganhar uma bola no centro e a assistir Cardozo que atirou para golo. Valeu ao Vitória Miguelito que salvou sobre a linha fatal, já com Diego batido.
O Benfica entrava finalmente no jogo e Luisão, por duas vezes, colocou Diego à prova em lances de bola parada. Mas o Vitória continuava vivo e Neca também esteve muito perto de marcar a cruzamento de Miguelito. No último lance da primeira parte, o Benfica chegou ao golo. Um lance de génio de Saviola que irrompeu pela direita e picou a bola para o lado contrário onde surgiu Gaitán, em velocidade, a rematar de primeira. Um bom golo mas que ia contra a história do jogo.
O Vitória voltou a entrar mais forte na segunda parte e esteve muito perto do empate. Primeiro por Zeca, que surgiu destacado na área, depois com uma bomba de Pitbull. Em ambos os lanços, brilhou Roberto com defesas que frustraram as intenções dos sadinos. A pressão dos homens de Manuel Fernandes intensificava-se diante de um Benfica que desesperava, novamente, sem bola. A tensão cresceu ao ponto de criar-se um «sururu» entre Aimar e Miguelito e só os amarelos em catadupa de Cosme Machado acalmaram os ânimos. Saviola ainda tentou abanar a equipa com duas iniciativas individuais, mas sem resultados práticos. Jesus procurou então dar oxigénio à equipa trocando Saviola e Aimar por Martins e Jara, enquanto Manuel Fernandes alimentava o ataque sadino com William e Henrique.
O treinador do Benfica saiu a ganhar porque, logo a seguir, na sequência de um rápido contra-ataque conduzido por Maxi Pereira, o melhor do Benfica esta noite, Jara, com o quarto golo em cinco jogos, acabou com as expectativas sadinas.
O jogo morreu aqui, com o Vitória já sem consistência e o Benfica, finalmente por cima. Gaitán podia ter bisado,mas Miguelito voltou a salvar sobre a linha. O Benfica acaba por conseguir o essencial, mantendo a distância para o F.C. Porto em onze pontos (menos um jogo), num dos jogos mais difíceis da temporada.
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