24/10/10

Portimonense 0 Benfica 1

É tão complicado marcar golos...

A tradição ainda manda e o Benfica continua sem perder com o Portimonense em jogos para o campeonato nacional. Javi Garcia a abrir a segunda parte marcou o único golo do jogo, dando a quarta vitória consecutiva aos encarnados, que ascenderam assim ao segundo lugar da classificação. Agora sozinhos.
Os jogadores do Portimonense entraram com a lição bem estudada e não deram espaço ao Benfica. Os pensadores do jogo ofensivo dos campeões nacionais foram alvos de marcação em cima e com dificuldades em libertarem-se, principalmente nos primeiros quinze minutos.
Elias, Jumisse e Soares foram autênticos homens-sombra de, respectivamente, Aimar, Gaitán e Carlos Martins. Os algarvios entraram desinibidos e tentaram explorar a velocidade de Candeias sobre Maxi Pereira, ainda sem a forma desejada.
As pilhas dos algarvios duraram cerca de quarto-de-hora, tempo em que tiveram oportunidade de incomodar Roberto. Logo aos 27 segundos de jogo, Luisão foi providencial ao cortar para canto um cruzamento de Candeias, mas quase fazia autogolo. Aos seis minutos, Kadi antecipou-se de cabeça a Roberto mas errou o alvo.
Com grandes dificuldades em construir jogo, o remate de longa distância foi a opção encontrada pelo Benfica, e David Luiz colocou à prova Ventura que sacudiu com dificuldade para canto um remate rasteiro do defesa brasileiro. Mas, finalmente (!!), o Benfica deu indícios de querer assumir o jogo.

Gaitán, o primeiro a procurar a liberdade
Ao recuar ligeiramente no terreno para fugir às marcações e ganhar velocidade para embalar, Nico Gaitán foi o primeiro benfiquista a tentar fazer movimentos de rotura. Conseguiu-o algumas vezes. Aimar e Carlos Martins seguiram-lhe o exemplo e os homens-sombra foram desaparecendo. Em consequência, começaram a chover cruzamentos para a área de Ventura e o Benfica tornou-se perigoso até ao intervalo: conquistou muitas faltas e cantos, e valendo-se da qualidade no jogo aéreo em ataque, fez valer aos algarvios a inspiração do jovem guarda-redes emprestado pelo FC Porto. Apesar de não estar a efectuar uma grande partida (longe disso), o Benfica só não foi para intervalo em vantagem porque Ventura não deixou, ficando na retina, espectacular defesa a cabeceamento de David Luiz. A bola era do Benfica e só aos 42 minutos, por Jumisse, o Portimonense voltou a acercar-se da baliza de Roberto.
Cabeça de Javi a abrir
Melhor recomeço não poderia ter o Benfica, ao inaugurar o marcador, na primeira oportunidade que teve, com a cabeça de Javi Garcia a desviar um livre de Carlos Martins, na direita. Um golo que chegou atrasado, face às oportunidades da primeira parte.
A ganhar, os encarnados mantiveram a mesma toada, a controlar o adversário e dois minutos depois poderiam ampliar a vantagem por Kardec, fazendo novamente Ventura brilhar.
Litos já tinha trocado de ponta-de-lança ao intervalo (Kadi por Pelembe) e tentou dar um abanão à produção ofensiva da equipa. Substituiu um médio (Jumisse) por um avançado (Dong) e passou a actuar com dois homens no meio dos centrais encarnados. Três minutos depois de Candeias, em movimento individual, obrigou Roberto a aplicar-se, na única vez que o Portimonense colocou em perigo a supremacia adversária.
O Benfica continuou a pecar na finalização, especialmente nos últimos minutos. Kardec e Jara foram muito perdulários no mesmo lance. Pouco depois, Jesus jogou pelo seguro e substituiu Kardec por Airton, sinal de quanto relevante era para o Benfica os três pontos do jogo.
Todas as vitórias são importantes, mas esta assumiu valor elevado, depois da pálida imagem dada na quarta-feira em Lyon. Era imperioso vencer, a exibição não deslumbrou, mas dá para tentar restabelecer o ânimo e assegurar o segundo posto.

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